IV – JESUS EXPERIMENTOU LIMITAÇÕES ESPIRITUAIS.
Como dissemos no inicio deste, poderá parecer estranho a simples hipótese de que Jesus tenha experimentado algumas limitações em decorrência da encarnação, mas a verdade declarada nas Escrituras é que Jesus, deliberadamente, assumiu todas as limitações que um ser humano vivencia (física, emocional, intelectual e até espiritual) a fim de uma prefeita identificação conosco não obra que se propôs a fazer. Embora tenha, por vontade própria, abdicado da manifestação de seus atributos divinos, como o propósito de tornar-se um de nós, Jesus ainda permaneceu plenamente Deus, sem nenhuma limitação, no entanto, ao assumir o papel de criatura submeteu-se a restrições nunca antes experimentadas pelo Criador. Na encarnação, Jesus colocou-se, de corpo e alma, sob a autoridade do Pai, tornando-se dependente dele tal qual foi planejado para os remidos do SENHOR. Vamos explicar melhor. 1 – Jesus (como homem) precisou cultivar sua “vida religiosa”. Apesar de ser filho de Deus e ainda no ventre materno ter sido reconhecido como Deus – “Ao ouvir Isabel a saudação de Maria, saltou a criancinha no seu ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo, e exclamou em alta voz: Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre! E donde me provém isto, que venha visitar-me a mãe do meu Senhor? (Lc 1,41-43), desde a infância buscou desenvolver seu relacionamento com o Pai – “E crescia Jesus em sabedoria, em estatura e em graça diante de Deus e dos homens.” (lc 2,52). Ele participava de cultos na sinagoga e o fazia regularmente – “Chegando a Nazaré, onde fora criado; entrou na sinagoga no dia de sábado, segundo o seu costume, e levantou-se para ler.” (Lc 4,16). Sua vida devocional era uma indicação clara da dependência humana do Pai. Jesus orava com regularidade – “Mas ele se retirava para os desertos, e ali orava.” (Lc 5,16), com intensidade – “E, posto em agonia, orava mais intensamente; e o seu suor tornou-se como grandes gotas de sangue, que caíam sobre o chão. (Lc 22,44), às vezes por longos períodos, buscando sempre a direção nas escolhas e decisões que iria tomar – “Naqueles dias retirou-se para o monte a fim de orar; e passou a noite toda em oração a Deus.” (Lc 6,12). 2 – Jesus buscou forças no Pai a fim de suportar as provocações. Hebreus revela que Ele foi tentado - “...porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.” (Hb4,15b). É evidente que Jesus, por causa de sua limitação humana. Se sentia dependente do Pai até mesmo para resistir aos ataques do maligno nas horas de tentação – “...e não nos deixes entrar em tentação; mas livra-nos do mal. [Porque teu é o reino e o poder, e a glória, para sempre, Amém.]” (Mt 6,13); nos momentos de angustia – “E adiantando-se um pouco, prostrou-se com o rosto em terra e orou, dizendo: Meu Pai, se é possível, passa de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres. Retirando-se mais uma vez, orou, dizendo: Pai meu, se este cálice não pode passar sem que eu o beba, faça-se a tua vontade.” (Mt 26,39.42). Por outro lado, é verdade também que Satanás temia a pessoa divina de Cristo – “E veio espanto sobre todos, e falavam entre si, perguntando uns aos outros: Que palavra é esta, pois com autoridade e poder ordena aos espíritos imundos, e eles saem?” (Lc 4,36).
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